Não é de hoje que os computadores são usados como ferramentas de trabalho e lazer. Desde o surgimento do Apple I há quase 50 anos (considerado por muitos o primeiro PC da história) a capacidade de processamento só vem aumentando. Isso permitiu que as máquinas evoluíssem desde simples calculadoras até se tornarem poderosas estações multimídia.
No entanto, uma pedra no sapato dos usuários sempre foi o preço das licenças para usar programas proprietários como Word, Excel e Photoshop, entre outros, incluindo o próprio sistema operacional Windows.
Felizmente, o lançamento do movimento de software livre pelo programador Richard Stallman em 1983 permitiu a criação de programas alternativos e de código aberto.
Como resultado, atualmente é possível para qualquer pessoa editar textos, criar planilhas, editar imagens e até desenvolver jogos e outros programas de computador sem precisar pagar nada.
PROGRAMAS ALTERNATIVOS
Sistema Operacional
O sistema operacional é o coração do PC. É o software responsável pelo gerenciamento da memória, dos processos de entrada e saída. Sem ele, não há como usar um computador. Por isso, todo PC é vendido com o sistema já instalado. Na maioria das vezes, o SO utilizado é o Microsoft Windows.
No entanto, uma ótima alternativa ao Windows é o Linux. O sistema foi criado por Linus Torvalds, um programador finlandês, em 1991. O seu caráter de código aberto permitiu que ele evoluísse ao longo dos anos com a ajuda de milhares de programadores. Distribuído livremente pela internet, o sistema tornou-se cada vez mais popular e é utilizado por muitas empresas. O governo brasileiro, por exemplo, usa-o no sistema da urna eletrônica há anos.
Muita gente talvez não saiba, mas utiliza o Linux todos os dias. Ele é a base do Android, sistema operacional presente em milhões de celulares, tablets, relógios inteligentes, televisores e até automóveis mundo à fora. O projeto é liderado pelo Google e utilizado por empresas como LG, Samsung, Xiaomi, Lenovo, Multilaser, entre outras.
Há, inclusive, inciativas que permite que o Android seja instalado em PCs de forma nativa, através de máquinas virtuais ou mesmo por meio de emuladores. Com isso é possível jogar e utilizar programas que só estão disponíveis em dispositivos móveis.
Suíte de Escritório
Em se tratando de programas de escritório, a dupla Word/Excel é quase imbatível. O editor de texto e a planilha eletrônica da Microsoft são amplamente utilizados nas empresas. Integrantes do pacote Office (que inclui ainda o Power Point, Publisher, OneNote e Outlook, entre outros), não há dúvida de que são poderosos e versáteis. No entanto, muitas pessoas, especialmente os utilizadores domésticos, não tem condições para pagar uma licença e acaba por utilizar versões piratas dos programas.
Mas o pacote da Microsoft não é o único no mercado. Há várias opções de código aberto e, o que é melhor, gratuitas. A mais conhecida talvez seja a LibreOffice. O pacote de escritório conta com programas para edição de texto (no qual escrevo esta publicação), planilhas, desenho e apresentações. Derivada do OpenOffice, a suíte vem instalada na maioria das distribuições Linux e conta ainda com versões para Windows, macOs, Unix e Solaris.
Edição de imagens
Todo mundo conhece o Photoshop. O programa é um dos mais utilizados por profissionais do ramo da fotografia. No entanto, as licenças para uso do programa podem ser um empecilho para pessoas e empresas com orçamento reduzido. Se esse é o seu caso, o Gimp é uma alternativa excelente ao programa da Adobe.
Criado por estudantes universitários em 1995, o programa conta com uma grande número de ferramentas para manipulação de imagens. Com ele é possível remover fundos de imagens, fazer retoques, adicionar efeitos e muito mais. Uma de suas grandes vantagens, além do fato de ser gratuito e open source, está na possibilidade de ampliar os recursos oferecidos pelo software através de plugins externos.
Desenvolvimento de softwares
Desenvolver um programa de computador ou criar aplicativos para celular tem se tornado algo bastante comum ultimamente. Apesar de existirem muitas opções proprietárias, a quantidade de linguagens, ferramentas e IDEs open source é motivo de comemoração. É praticamente impossível listar todas numa única publicação.
Para quem deseja trabalhar com ciência de dados, por exemplo, há o Python. Inclusive é uma linguagem sobre a qual escrevi diversos artigos aqui na Prensa. Através dela é possível criar programas para PC, Web e dispositivos móveis. Há, inclusive, um projeto que permitirá executar códigos Python diretamente em páginas HTML.
Mas, se a ideia é criar programas poderosos para PC e que rodem em diferentes plataformas, o Lazarus é um dos mais conhecidas IDEs. Lançada para ser uma alternativa ao Delphi, ela utiliza a linguagem Pascal e possui recursos poderosos. No Brasil existe um projeto bem conhecido chamado ACBR, que facilita a criação de programas de automação comercial.
No mundo do desenvolvimento mobile, também há muitas opções. A mais completa delas talvez seja o Android Studio. Através delas os usuários podem criar seus aplicativos e jogos para celular sem precisar pagar nada por isso. Mantida pelo Google, a IDE é baseada no Eclipse.
