quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Ela: uma história de amor incomum entre homem e máquina

Ela: uma história de amor incomum entre homem e máquinaRobôs, androides e outros tipos de máquinas com inteligência são comuns em filmes de ficção científica. Afinal, quem não lembra do maquiavélico computador "HAL 9000" de "2001: Uma Odisseia no Espaço" ou do determinado garotinho "Dave" de "Inteligência Artificial" ou ainda dos simpáticos R2-D2 e C-3PO de "Guerra nas Estrelas"? Agora, essa galeria de máquinas capazes de sentir e pensar acabam de ganhar mais um integrante: o sistema operacional "Samantha" do filme "Ela (Her)", recém-lançado no Brasil. e forte concorrente ao Oscar de Melhor Roteiro.

Embora seja um filme de ficção científica, "Ela" trata do amor e da solidão. Mais que isso, trata do modo como as pessoas se relacionam umas com as com as outras e de como podem chegar ao extremo de dar mais atenção a um objeto eletrônico do que ao vizinho da porta ao lado. Para muitos, o longa protagonizado por Joaquim Phoenix pode parecer monótono e enfadonho, por conta de seus diálogos e seu enredo arrastado. Isso pode até ser verdade, mas também é verdade que o filme esbanja poesia e é uma crítica mordaz ao estilo de vida moderno.

"Ela" é dirigido por Spike Jonze e também concorre ao Oscar 2014 de Melhor Filme. E méritos para ganhar, o longa tem. Além da atuação sóbria de Joaquim Phoenix no papel de "Theodore", um escritor solitário e amargurado, o filme conta com a voz de Scarlett Johansson, que dá vida à "Samantha", o sistema operacional por quem "Theodore Twombly" se apaixona. Estão no elenco ainda Amy Adams e Olivia Wilde.

Sem tiroteios, sabres de luz ou naves espaciais, "Ela" tem duas horas de uma história original e que promove vários debates. Ao contrário da maioria dos filmes do gênero, que costumam seguir enredos previsíveis, centrados nos efeitos especiais, o filme de Jonze é quase um conto de fadas, com direito a romance virtual, beijos e crises de ciúme entre o protagonista e seu computador, que fala, pensa, sente e o enxerga através de um pequeno aparelho (que lembra um iPhone).

Enfim, "Ela" é um filme poético. E, por vezes, estranho. Algumas vezes ele poder ser monótono. Principalmente para quem gosta de muita ação. Ação, não há praticamente nenhuma no filme. Há, sim, humor e poesia. E drama. E inteligência. Quem entrar no cinema para assistir ao filme vá preparado para uma história diferente e original. Alguns, sairão do cinema com a impressão de que não deveriam nem ter entrado. Outros, terão a impressão de que o futuro pintado ali pode não estar tão distante da realidade como a gente imagina.

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